Como escoar produtos alimentares

Reforma Agrária09 maio 2022
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Como escoar produtos alimentares| Reforma Agrária

A melhor forma de escoar os produtos frescos

A melhor forma de escoar produtos frescos agro-alimentares é facilitar e estabelecer uma ponte direta entre quem produz e quem quer comprar produtos agrícolas.

Isto permite  garantir:

Ao Consumidor: o acesso a produtos frescos, rastreáveis e sobretudo sustentáveis para garantir o futuro da soberania alimentar glocal

Ao Produtor: o escoamento dos seus produtos, de forma regular a um preço mais justo

Soberania Alimentar GLocal

Só privilegiando a produção e distribuição locais, podemos garantir a soberania alimentar sustentável a nível global.

Acreditamos que ao vender os produtos diretamente ao cliente final, o produtor agrícola,  está a escoar os seus produtos, sobretudo  a nível local, contribuindo para um mundo mais sustentável e mais justo - quer para si, porque é remunerado de forma mais justa, pelo seu trabalho, quer para o consumidor que recebe produtos agro-alimentares mais frescos e com uma menor pegada de carbono.

E, se o agricultor tiver condições, para entregar diretamente os seus produtos na comunidade: na sua propriedade, num ponto de entrega, em casa (ou no local de trabalho) do cliente, criam-se laços comunitários e relações mais próximas - favorecendo uma maior rastreabilidade da origem dos produtos agrícolas. 

Cabaz Semanal de Produtos Frescos e Locais

A melhor forma de escoar os produtos frescos, sobretudo a fruta e os hortícolas, é através da distribuição de um cabaz semanal. 

Cabaz esse que pode ser entregue porta-a-porta, para concorrer com as grandes cadeias de distribuição alimentar, que se concentram nas zonas urbanas, mas não podem garantir:

  • a personalização de serviço,
  • a mesma frescura e qualidade dos produtos,
  • a possibilidade de retorno da sembalagens - porque os seus produtos são embalados e agrupados em centros abastecedores, antes de seguirem para as lojas, o que dificulta essa logística
  • uma menor pegada ecológica, sobretudo em quilometragem e embalagem dos produtos. 

Nas grandes superfícies, muitos produtos são importados, mesmo quando existem similares a nível nacional, porque a produção nacional - já nem falamos da produção local - não consegue adaptar-se e assegurar todas as exigências dos responsáveis de compra - calibre, volume, uniformidade, regularidade de entrega, embalagem - com a garantia da mesma margem de lucro, que outros países asseguram.

E é por isso, que vemos laranjas de Israel ou da África do Sul, à venda nas grandes superfícies, enquanto as da nossa região ficam a apodrecer no chão - por falta de capacidade de escoamento do produtor, perante a pressão de um consumidor educado para comprar fruta uniformizada, ao preço mais baixo!

Esta lógica, hipoteca a sustentabilidade, a qualidade e a diversidade dos alimentos, que embora cumpram os requisitos mínimos de qualidade, deveriam ser muito mais biodiversos - se as políticas económicas não fossem tão castradoras da actividade dos pequenos produtores e mercados municipais do comércio alimentar. 

A solução não passa, do nosso ponto de vista, por doar essa fruta - que não cumpre os critérios do preço, da quantidade, do aspeto, ou do calibre - aos vizinhos ou entidades que a conseguem escoar a preços mais baixos -  mas que nem por isso resolvem o problema da sustentabilidade financeira do agricultor.

A solução passa, cada vez mais, por políticas que facilitem e até agilizem:

  • A livre iniciativa de distribuição porta-a-porta, pelo produtor, sem burocracias.
  • O acesso da produção local, aos mercados e consumidores locais, sem rigidez de horários e sem burocracias desnecessárias.

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