As avós renderam-se ao plástico?

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As avós modernas, já não fazem bolinhos caseiros. Compram tartes de nata industriais, embaladas em caixinhas de plástico, com um autocolante a certificar a qualidade e a origem.

as avós renderam-se ao plástico
As avós renderam-se ao plástico?

É com alguma tristeza que observo a transformação da nossa sociedade, numa comunidade de "maníacos do plástico". 

Até as avós já se renderam ao plástico: nos tupperwares, nos cestos de compras, nos garrafões de água, nas coberturas das mesas, e sei lá...

Agora, até as sandes e bolinhos que as avós fazem com tanto carinho, para entregar aos filhos e aos netos, seguem viagem, embaladas em quilos de celofane, ou dentro de caixinhas de plástico.

As avós modernas 

Mas as avós modernas, essas já nem fazem bolinhos caseiros!
Compram tartes de natas industriais, embaladas em caixinhas de plástico, cobertas de autocolantes de plástico, a certificar a qualidade e a origem.

as avós modernas
As avós já não são o que eram! Para o bem e para o mal... 

O lanche das avós modernas, com os netos

As avós modernas, também já não lancham em casa, porque dá muito trabalho e fica caro! 

Quando chega a hora do lanche, já não há o tradicional bolinho mármore, nem sequer uma maçã cozida com canela. É mais prático e mais barato, ir lanchar com o neto no café da esquina. E os netos ficam muito felizes!

Assim, a avó, em vez de ir para a fila do supermercado, comprar o leite, o pão e alguma fruta fresca, todos os dias, opta por se deslocar até ao café da esquina, todos os dias, onde além de aviar a conversa com a vizinha e tomar um cafezinho, avia o lanche da criança com um croissant ou um queque e um sumo do "rei da fruta", numa embalagem tetra pack.

Se o neto se portar bem, tem direito a um doce extra, que pode ser um saquinho de gomas, um gelado ou um kinder. Tudo devidamente embalado em plástico!

Se estiver um belo dia de sol, sentam-se todos - os avós, os netos e a vizinha - numa esplanada, onde tudo é de plástico: as cadeiras, as mesas, os copos e até os porta-guardanapos. Tudo com o alto patrocínio dos senhores que vendem os sumos "reis da fruta", que o neto vai beber.

Se estiver muito calor, e a criança for muito pequena, talvez a avó venha a pedir uma garrafinha de água, de plástico, para o neto beber, porque não confia no copinho de água da torneira.

Ainda dava para continuar, mas acabaram-se-me os "ses"... 

O óbvio, não é tão óbvio assim... 

A vida moderna, está tão cheia de plástico, que já nem as avós escapam e até elas, já esqueceram os seus hábitos saudáveis e renderam-se, a uma vida rodeada de plástico.

Parece-me uma coisa tão óbvia - e que, no entanto, ninguém quer ver, pensar.

Falar neste assunto, de reduzir drasticamente o plástico nas nossas vidas, implica algum esforço e reflexão. Mas vivemos numa sociedade de facilitismos e com poucos incentivos à reflexão.

Onde o ponderado "Pensar e Repensar antes de Comprar...", das avós de antigamente, cedeu lugar à urgência do "Compre! Compre! Compre!" das avós modernas.

É um pouco assim, que estão a ser educados, também os netos, pelo exemplo de vida das avós modernas.

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Mariana Barbosa

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