50 anos de más Práticas Agrícolas

Partilhar no FacebookPartilhar no TwitterPartilhar no LinkedInPartilhar no PinterestEnviar por email

Entre 1950 e 1999  - ou seja durante 50 anos - um estudo da Universidade do Texas, publicado no Journal of the American College of Nutrition, demonstrou um declínio considerável de vários nutrientes, em frutos e legumes. Passados quase 20 anos, onde está uma reflexão social séria, sobre a sustentabilidade do modelo actual de produção agro-alimentar, a nível global?

A agricultura que temos é o resultado da lógica do mercado.
Hipermercado Moderno - Secção de Horto Frutícolas

 Um relatório publicado pela Universidade do Texas, no Journal of the American College of Nutrition, avaliou a evolução do valor nutritivo - ou seja a qualidade alimentar, do ponto de vista nutricional - de 43 alimentos, hortícolas e frutícolas, entre 1950 e 1999, ou seja, durante 50 anos. Para este estudo, recorreu aos dados estatísticos das análises publicadas pelo do Departamento de Agricultura do Estados Unidos.

Este estudo demonstrou que todos os tipos de frutos e legumes, avaliados no estudo, sofreram um declínio considerável no teor de:

  • proteínas
  • cálcio
  • fósforo
  • ferro
  • vitamina B2
  • vitamina C

Este declínio, está provavelmente associado ao modo de produção e à seleção de variedades de alimentos, mais resistentes ao transporte, de crescimento mais rápido e claro mais adequadas às necessidades do mercado e mais rentáveis para o produtor. 

Mas devemos atribuir a culpa aos produtores agrícolas?

Os agricultores, adaptam-se, como qualquer empresa, às solicitações e necessidades do mercado.

Se uma população crescente, pede produtos com determinadas características e se as grandes superfícies comerciais, fazem pressão sobre os agricultores para cumprir cotas mínimas de produção, para produzir frutos e legumes de maior calibre, o agricultor tem que se adaptar para sobreviver e investir em soluções para satisfazer a procura.

O agricultor passa a produzir espécies - animais, cereais, frutas e legumes - de crescimento mais rápido e adopta medidas de controle para obter o calibre e o peso "certos", de acordo com os standards do comércio e os "educados" gostos do consumidor moderno.

 Mas isto é de uma violência para com a Natureza, que temos muito para reflectir...

Além de colocar em causa a qualidade dos solos e da água, reduz a diversidade de espécies, animais e vegetais. É contranatura, porque não respeita os ciclos-naturais de desenvolvimento, de plantas e, sobretudo, dos animais.

A agricultura que temos é o resultado da lógica do mercado.

A agricultura que temos é o resultado da lógica do mercado.
A agricultura que temos é o resultado da lógica do mercado.

Se queremos mudar a qualidade dos produtos que comemos, temos que mudar a agricultura que temos, e para isso devemos começar por mudar a lógica do mercado, estimulando os mercados de pequenos produtores para aumentar a diversidade e qualidade da oferta.

A realidade, que se esconde, em cada minidose de cenoura ralada

Para mudar a lógica do mercado temos que informar e educar as pessoas para a sustentabilidade alimentar, dando-lhes a conhecer a realidade:

  • A fruta mais pequena é menos atraente, mas é mais saborosa e nutritiva.
  • Uma maçã grande e brilhante tem mais água, mas nem sempre tem mais nutrientes, e isso reflete-se na falta de aroma e sabor.
  • Fruta e legumes cortados e/ou descascados - não são tão saudáveis, nem tão nutritivos, porque perderam nutrientes durante o seu processamento. Paga mais, por menos. 
  • Fruta e legumes embalados em plástico, em minidoses  -  não são sustentáveis nem para a sua carteira, nem para o ambiente.
  • A embalagem, calibragem  e etiquetagem dos produtos não é sempre indispensável, e além disso tem custos para si e para o produtor.

É possível simplificar!

A calibragem, a embalagem, a distribuição e a etiquetagem.

Não é possível sustentar um mercado mundial crescente que exige fruta grande, bonita e brilhante, fora de época - porque é um mercado injusto e que obriga a desperdiçar uma grande parte da produção agrícola.

Simplificar a cadeia alimentar é na realidade a resposta lógica e adequada, para reduzir o desperdício alimentar e melhorar:

  • A saúde dos consumidores.
  • A saúde financeira dos agricultores.
  • A saúde do Planeta.

Em conclusão

Com este site, pretendemos dar o nosso contributo, para ajudar a mudar a realidade e promover uma verdadeira Reforma Agrária! 

Por uma Agricultura mais Saudável e mais Justa para Todos!

Contamos Consigo!  

Adira a este movimento »

Partilhar no FacebookPartilhar no TwitterPartilhar no LinkedInPartilhar no PinterestEnviar por email

Mariana Barbosa

Artigos relacionados que talvez lhe interessem
MENU